Adolescente consegue primeira liminar no Brasil para tratamento de Síndrome de Irlen fora de domicílio

A mãe do Lucas, Maria da Penha Locateli Bento, 55 anos, conseguiu a primeira liminar no Brasil para o tratamento de Síndrome de Irlen fora de domicílio. A liminar foi concedida pela juíza da Primeira Vara da Infância e da Juventude de Cariacica, através da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo.

A Síndrome de Irlen (S.I.) é uma alteração na visão e percepção que pode afetar diversas áreas do nosso corpo. Ela é causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura.

De acordo com a Defensora Pública Penha Maria de Sá Fernandes “o tratamento concedido é só para o Lucas, mas o processo é para custear todas as despesas do adolescente e de sua mãe, tais quais diárias, passagens e alimentação”, comenta.

A Defensora ressalta que quem possui essa síndrome deve procurar a Defensoria Pública com laudos comprovando a doença e indicando a necessidade do tratamento para requerer o recurso.

Segundo Maria da Penha, Lucas passou muita dificuldade na escola para chegar até a 8ª série do primeiro grau. “Eu parei de trabalhar pra ajudá-lo a decorar as matérias. Ele tinha que fazer todas as provas oralmente. Eu pedia às professoras fazer letras maiores pra ele conseguir enxergar sem dor”, lamenta.

Lucas era levado ao oftalmologista de dois em dois meses porque na escola as professoras relatavam que ele não enxergava direito, que ele olhava muito de perto no caderno, queixava-se de dores de cabeça. “O pediatra falava que ele enxergava muito bem, fez todos os exames e não tinha nada”, conta Maria.

Após piora significativa na escola e muitas idas ao oftalmologista, foi indicado a ir num fonoaudiólogo que supôs que o adolescente tinha 98% de chances de ter a síndrome de Irlen. Posteriormente a doença foi confirmada através de diagnosticadores (screeners).

A oftalmologista encaminhou Lucas para o Hospital dos Olhos em Belo Horizonte, particular, o único que faz o tratamento no Brasil. “Começamos em janeiro de 2012, tive muitos gastos com tudo, desde hospedagem, passagens, até os óculos especiais”, lembra a mãe.

“Depois de chegar ao meu limite financeiro entrei na justiça em agosto de 2015 para tentar o tratamento. Sem condições de pagar um advogado, solicitei a Defensoria Pública, através da Defensora Penha Sá Fernandes, e recebi um resultado positivo em setembro de 2016”, relatou a mãe de Lucas.

O Governo arcou com as despesas do Hospital dos Olhos de Belo Horizonte-MG, com as passagens para a cidade, com óculos especiais e ainda forneceram ajuda de custo. Lucas terá os benefícios para o tratamento e acompanhamento anual sem prazo para finalização.

Sobre a Síndrome de Irlen

As alterações da habilidade de resolução viso-espacial produzem sensação de desfocamento e de movimentação das letras que pulsam, tremem, vibram, aglomeram-se ou desaparecem, impactando na atenção e compreensão do texto que esta sendo lido.

A S.I. ainda é pouco conhecida no Brasil, porém foi descoberta em 1987 nos Estados Unidos através dos estudos da psicóloga educacional da Universidade da Califórnia Helen Irlen.

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