Defensoria Pública acompanha retirada de cerca de 150 famílias da fazenda na Barra do Jucu

Os defensores públicos do Núcleo de Defesa Agrária estão acompanhando a retirada de cerca de 150 famílias de uma fazenda na Barra do Jucu, em Vila Velha, nesta quarta-feira (25). A Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo acompanha o caso desde 2017 e já haviam sido feitas várias tentativas de acordo entre as famílias e a proprietária da fazenda, todas sem sucesso. A decisão judicial para reintegração de posse foi deferia no dia 02 de setembro pelo juízo da 6ª Vara Cível de Vila Velha.

Segundo defensor público Rafael Portella, há a preocupação com o destino dessas famílias. “As pessoas estão em situação de extrema vulnerabilidade, sem ter para onde ir. As famílias estão muito preocupadas com o futuro e o lugar para onde vão. A Defensoria Pública está acompanhando a retirada dos pertences das pessoas desde o início da manhã e não houve qualquer resistência”.

Pedro Temer, defensor público à frente do caso, explica que a ação da Defensoria Pública no local tem por objetivo garantir a integridade das famílias e evitar qualquer tipo de interação que gere um possível confronto com a Polícia Militar. “Estamos conversando com todas as partes envolvidas e negociando os termos da retirada das pessoas e seus pertences”

Convocação

Esta é a quarta tentativa de reintegração de posse. Em todas às vezes Defensoria Pública conseguiu a suspensão, por meio de um recurso. O defensor Pedro Temer afirma que a medida foi necessária para delimitar a área objeto da reintegração. “Dessa vez não houve medida judicial que a Defensoria Pública pudesse adotar, apesar de termos tentado recorrer da decisão. Um processo de reintegração humanizado pressupõe a participação de uma rede de apoio para os envolvidos. Foi em razão dessa preocupação que convocamos 18 instituições, entre as quais o Corpo de Bombeiros, o Conselho Tutelar, a Secretaria de Saúde e a de Direitos Humanos, para estarem presentes no ato da reintegração”.