Famílias recebem orientação sobre tratamento para uso de drogas e transtornos psiquiátricos

Ao todo, 18 famílias receberam orientações sobre tratamentos para uso abusivo de drogas e também para transtornos psiquiátricos, como alternativas à internação compulsória, no Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPEES), em Vila Velha, na tarde desta sexta-feira (18). Atualmente, a demanda para internação compulsória é muito expressiva, mas segundo os especialistas em saúde, por falta de informação.

O evento foi organizado pela Defensora Pública Geana Cruz de Assis Silva, que atua no Núcleo Cível, e reuniu famílias que já recebem algum tipo de assistência da DPEES, além de médicos e especialistas da rede municipal de saúde. De acordo com os palestrantes, a internação compulsória deve ser a última alternativa, especialmente porque os problemas não se limitam à saúde, e dependência química e transtornos psiquiátricos, geralmente, estão ligados. Cerca de 80% dos usuários abusivos de drogas tem algum tipo de transtorno grave ou mais leve.

Caps

Para a assistente social do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Vila Velha, Fernanda Flores, a situação demanda muito mais do que tratamento médico. “Inclui diversas políticas públicas, tais como educação de qualidade, oportunidade profissional, e tudo o que for necessário para que o paciente possa encontrar caminhos que lhe proporcionarão mais qualidade de vida, e vida em sociedade”, explicou.

Para o coordenador do Caps, Daniel Delvino, internar compulsoriamente é reviver os antigos manicômios. “Jogar alguém, à força, em um lugar para receber medicamento, tem a mesma lógica dos antigos manicômios, onde as pessoas jogavam os pacientes que, em muitos casos, morriam ali”, criticou.

Delvino destacou também a importância da família buscar atendimento no Caps. “Muitas vezes a família está esgotada e não sabe mais como lidar com a situação de um parente que vive esses problemas. Por isso, é importante informações para poder ajudar o paciente”, refletiu.

Depoimento

É o caso da aposentada Cida, de 54 anos. Segundo ela, o filho de 24 anos, que tem suspeita de esquizofrenia, passou a usar maconha e isso tem causado muitos transtornos à família. “Eu já não sabia o que fazer. Cheguei a pensar na internação compulsória, mas tinha medo dele voltar pior para casa. Neste evento, eu consegui entender que existem diversas alternativas de tratamento na rede de saúde municipal, inclusive ajuda para eu conseguir lidar com essa situação. Achei o evento ótimo”, elogiou a mãe.

De acordo com a Defensora Pública, o evento foi muito positivo. “As famílias puderam conhecer um pouco mais da rede de atendimento, que enfrenta dificuldades, mas que pode inclusive atender e dar apoio aos familiares. Além disso, as internações não são a melhor solução para a maioria dos casos. Depois desse evento, famílias que já haviam pedido a internação já mostram interesse em desistir”, concluiu.

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Wesley Ribeiro

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