Gaslighting: uma violência sutil 

Você já ouviu falar em gaslighting? O termo vem do inglês é o ato de negar a realidade, ou fazer a pessoa acreditar que não disse ou fez algo. Maria Gabriela Agapito, coordenadora de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, ressalta que o gaslighting é uma forma de abuso psicológico, podendo ser considerado uma violência doméstica de acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).   

“O gaslighting se enquadra especificamente na categoria de violência psicológica, que é definida pela lei como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher. Isso pode incluir, por exemplo, humilhação, manipulação, chantagem emocional e outras formas de manipulação psicológica destinadas a fazer a vítima duvidar de sua sanidade ou percepção da realidade”, comenta a defensora pública.   

Identificar o gaslighting pode ser desafiador, pois muitas vezes ocorre de forma sutil e gradual. Aqui estão alguns sinais comuns desse tipo de abuso: 

Negar a realidade: O abusador nega fatos ou eventos que ocorreram, mesmo que a vítima tenha certeza de sua veracidade. Eles podem dizer coisas como “Você está imaginando coisas” ou “Isso nunca aconteceu”. 

Minimizar sentimentos: o indivíduo desvaloriza os sentimentos da vítima, dizendo que estão exagerando ou sendo sensíveis demais. Por exemplo, “Você está sendo muito sensível” ou “Não é para tanto, é só uma brincadeira”. 

Inverter a culpa: O agressor faz a vítima se sentir responsável pelos problemas no relacionamento, mesmo quando não é verdade. Eles podem dizer coisas como “Se você não agisse dessa maneira, eu não teria que reagir assim”. 

Criar dúvidas: questionar a sanidade ou a memória da vítima, fazendo com que ela comece a duvidar de si mesma também é um sinal. Eles podem dizer coisas como “Você tem uma imaginação muito fértil” ou “Você sempre se lembra das coisas errado”. 

Isolamento:  isolar a vítima de amigos e familiares, tornando-a mais dependente emocionalmente do abusador e menos propensa a receber apoio externo que possa questionar a narrativa manipuladora é considerado abuso psicológico.  

Manipulação emocional: O parceiro pode alternar entre ser carinhoso e abusivo, criando uma montanha-russa emocional que confunde e desestabiliza a vítima.