População carcerária ganha curso de informática em programa de inclusão social da Defensoria Pública

Um novo projeto “Inclusão Social” teve início na tarde da última terça-feira (19), através do Núcleo de Execuções Penais (Nepe) da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES). A iniciativa visa à capacitação em informática para pessoas custodiadas na Penitenciária Estadual de Vila Velha (PEVV5).

Na ocasião aconteceu a primeira aula oficial do curso de informática, a qual proporcionará aos apenados a remição de pena após o curso. O principal objetivo deste Projeto é a redução do analfabetismo funcional e digital, sempre visando o retorno dessas pessoas para a sociedade.

O projeto consiste em oferecer capacitação técnica em informática básica a 15 apenados da PEVV5, inicialmente. Ao todo, serão 24 aulas e uma carga horária de 48 horas. Como a legislação vigente permite a remição de um dia de pena a cada 12 horas de estudo, ao fim do curso os participantes terão reduzido quatro dias. As aulas são realizadas por professores e monitores voluntários da Faesa.

Para o apenado participante do projeto, Filipe Gomes da Silva, 30, as expectativas com as aulas são promissoras. “Eu espero aprender e que esse programa ajude os outros internos também a se desenvolverem. Que não fique apenas aqui dentro”.

O projeto é uma realização do Nepe em parceria com a Faesa Centro Universitário. De acordo com a coordenadora do Núcleo, a Defensora Pública Roberta Ferraz, o curso permitirá a esses apenados a inclusão digital, a preparação para o mercado de trabalho, além da capacitação técnica e remição de pena.

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Aula de Informárica, na PEVV5. Foto: Raquel de Pinho

O Programa conta com as professoras da Unidade de Computação e Sistemas e coordenadoras do Programa de Inclusão Digital da Faesa, Eliana Caus Sampaio e Renata Cristina Laranja Leite. Como instrutores (voluntários bolsistas) participam Luciano Brito de Azevedo, aluno de Ciência da Computação, e Luiz Rafael Máximo de Carli, aluno de Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

A professora Eliana Sampaio lembra que quando foi convidada a realizar esse projeto viu a possibilidade de usar a computação para dar uma contribuição na capacitação dessas pessoas. “Com o propósito de gerar neles uma perspectiva melhor quando eles terminarem de cumprir as penas. Que essa perspectiva reverta em alguma oportunidade melhor no mercado de trabalho ou trabalhando para alguém ou trabalhando para si, porque a computação dá essas possibilidades”, explica.

“A computação permite que você trabalhe além das fronteiras. Você pode trabalhar aqui ou pra uma empresa de fora. Nosso propósito é que isso possa proporcionar esperança para essas pessoas de terem uma oportunidade profissional, que possam se manter e que se torne um impeditivo da reincidência no crime”, ressalta Eliana.

Por Raquel de Pinho