Projeto de Integração e Inclusão é apresentado na Semana Estadual Sobre Drogas

“A internação compulsória deve ser o último instrumento de tratamento para pessoas que estão fazendo o uso abusivo de drogas. É uma triste realidade a que vemos nas ruas, mas esse instrumento reflete o conceito dos velhos manicômios que ainda existe dentro de cada um de nós”, resumiu a Defensora Pública Geana Cruz, durante sua participação, nesta quinta-feira (29), na Semana Estadual Sobre Drogas 2017.

No evento, realizado em Vitória pelo Conselho Estadual Sobre Drogas (COESAD) do Governo do Estado, e que reuniu representantes de diversos setores públicos e de projetos sociais para o Painel “Impactos da Judicialização e Propostas Inovadoras”, debateu-se sobre as perspectivas intersetoriais na questão do uso das drogas.

Na ocasião, a Defensora explanou o “Projeto de Integração e Inclusão”, da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, que tem como objetivo oferecer outras alternativas, que não a judicialização, para as demandas sobre a internação de dependentes químicos e também pessoas com problemas mentais. O processo de judicialização é importante e permite a internação compulsória, mas a internação em si não resolve o quadro do paciente. Segundo a Defensora, são comuns os casos em que pacientes são internados várias vezes, mas não apresentam melhoras.

“Com o projeto, a Defensoria Pública busca conscientizar a população nas demandas de internação e inserir algumas pessoas em tratamento ambulatorial, além de ouvir seus familiares e buscar o tratamento mais indicado para cada situação. O maior desafio é conseguir a adesão do paciente e ter um tratamento no território dele, mas com o projeto já notamos diminuição nos casos de internação”, ponderou.

No Núcleo de Atendimento da Defensoria, em Vila Velha, 90% das demandas para internação compulsória são para dependência química e após a implantação do projeto, entre 2015 e 2016, houve uma redução de 30% nos pedidos de internação compulsória.

Segundo Geana, o enfrentamento e a prevenção do uso de drogas é uma questão complexa e cuja solução requer uma política pública muito mais engajada e uma frente de trabalho que inclua diversas áreas de atuação. O projeto veio para integrar a Defensoria com as redes.

“Tem que haver uma atuação em rede para que realmente o tratamento seja mais efetivo e a gente tenha uma diminuição desses casos. E é neste ponto que existe um gargalo, pois isso exige investimentos nas redes de atendimento em saúde e até mesmo em infraestrutura para atender essas demandas”, argumentou.

Falando nisso, o vice-governador do Estado, César Colnago, também esteve presente no evento e ressaltou as falas da Defensora. Segundo ele, “tem que haver esforço de todos para uma sociedade melhor, sensibilizando prefeitos e os diversos atores na esfera pública a participarem de movimentos antidrogas e de outras ações relacionadas”. E disse mais: “não tem sentido levar um interno para uma cidade distante da sua família. Família é a base de tudo e o paciente precisa dela por perto para se recuperar.”

 

 

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