Proposta da Renova desagrada pescadores de Regência

Os pescadores de Regência estão insatisfeitos com política proposta pela Fundação Renova para a categoria. Criada para facilitar a comprovação da população atingida e agilizar o pagamento das indenizações, a política não cumpre o que promete e apenas 20% dos cadastrados receberam algum tipo de compensação.

O caso chegou à Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, no dia 03 de outubro, durante uma reunião entre os pescadores e os defensores públicos do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia (NUDAM).

Segundo os pescadores, um dos motivos seria a excessiva burocracia exigida para ter acesso às medidas reparatórias e, como a grande parte das áreas afetadas é caracterizada pela informalidade e vulnerabilidade, existe uma dificuldade do atingido para provar a sua condição.

O resultado do projeto piloto da política do pescador, executado em Regência, não agradou a comunidade pesqueira local, principalmente, porque, de acordo com os moradores, muitos foram reprovados sem qualquer explicação plausível.

Itaúnas

Moradores de Itaúnas, em Conceição da Barra, também estão insatisfeitos com a Renova. Os defensores públicos se reuniram com cerca de 250 moradores do município, no dia 02 e apuraram que, apensar de reconhecido como área impactada desde março de 2017, somente agora foi iniciado o atendimento para pagamento de indenização e auxílio financeiro emergencial. Segundo a Defensoria Pública, apenas 82 pessoas tiveram êxito em acordos das 1.848 cadastradas.

itaunasO defensor público Rafael Portella, representante do NUDAM, ressaltou a importância de ouvir a população e acompanhar a situação para cobrar o devido reconhecimento dos afetados e os dos danos causados pelo desastre ambiental. “Muitas dúvidas foram esclarecidas e a partir das informações colhidas pelos relatos dos moradores, a Defensoria Pública, estudará as medidas cabíveis para solicitar das instituições responsáveis a melhoria e execução das medidas de reparação”.